Nisto olho para o relógio, não há mais tempo para nada, são 6:40. Pego a mochila cheia de nada e vou pra escola. Chego cedo como sempre, não tem quase ninguém, mas também não faz diferença, agora é tarde pra pedir qualquer ajuda, colar não sei, mesmo se soubesse, além de ser vergonhoso é impossível. Não havia ninguém que soubesse tão bem a matéria de certo.
Começam a chegar todos, com suas colas preparadas, escrevendo na carteira. Pobres! Nem precisam assinatura. A professora apaga tudo antes da prova. Enquanto alguém vigia da porta a chegada dela eu só vigio a sala, sem me pedirem, e sem motivo ou utilidade.
E ela chega então, com seus óculos escuros, com os quais sempre aplica a prova. E o silêncio é claro, não se faz de pronto. Ela pede, insiste e fim. Todos sentados ao seu poder, esperando a sentença que uma semana depois será dada. Ela distribui as provas e tudo começa.
O cabeçalho, preenchido.
Ela pára o ritual para ler a página e começa com uma mensagem escrita abaixo do cabeçalho.
" O mundo tem a cor que a gente pinta"
Embora ela use óculos esteja vendo tudo meio fosco a frase que ela leu tem forte efeito.